Orquestra Imperial e coisa e Talma!



E foi assim que começou nossa incansável incursão pelo Rio. Segundas, terças , e quartas interrogando o senhor Wilson das Neves , a quem apelidei de honorável homem das Neves, e quintas, sextas e sábados correndo atrás de depoimentos de compositores que são parceiros em suas músicas, e por todo canto do Rio.
Numa dessas empreitadas fomos parar no alto Leblon. Casa de Jorge Mautner.
Antes devo contar como foi o show da Orquestra Imperial.
Chegamos à Lapa mais ou menos ao cair da tarde. Ronaldo a essa altura, era nosso guia oficial. Estacionamos o carro em local seguro. A lapa é um burburinho de dar arrepios, mas arrepios bons, frissons de noiva em dia de casamento. Logo chegamos ao Circo Voador.
O nome de Wilson sempre nos foi nossa credencial mais eficaz, portanto, portanto a parafernália de filmagem e áudio, logo entramos. O show ainda demoraria a começar.o que fazer até lá?
O pré-carnaval da orquestra Imperial começou com a turma de moreno Veloso e Seu Jorge, que com seu Vozeirão bem afinado e Moreno com seu acordes, fizeram uma festa só pros amigos. Primeiro ano. segundo..., a notícia se espalhou na roda de moreno, um bumbo, um cavaco, um baixo, uma guitarra, uma cuíca e um pandeiro, no terceiro ano a festa se institucionalizou e já não era mais fechada ao público.
Seu Jorge teve que sair de cena, assim como Moreno, filho do Caetano.
Começaram a chamar então outros bambas como Mautner e senhor Wilson, que nesse espetáculo arrebenta um chique-chique cubano. A bateria fica a cargo de Domenico (Domenico Lancelotti). 
fato é que, como um grupo de jovens une o velho ao novo? qual é? “colé”? Fomos ao camarim perguntar de qual era.
A primeira coisa que avisto é Talma de Oliveira. Nunca tinha visto uma mulher tão alta na minha vida. Um salto alto e uma fantasia de sair na avenida. “como vai, minha querida?” cumprimentei “tudo bem, eu vou bem, muito bem e você?” redarguiu destemida. Meu deus! É a Talma! Se segura malandro! Faz a sua entrevista! Quando eu aperto o REC aquela ela muda de figura. “Talma, o que o senhor Wilson representa na sua vida?” primeira perguntinha da minha pauta. “Bem,”  emposta a voz, cresce mais uns três centímetros e lá vem! Uau “eu, quando quis gravar eu primeiro disco” (e eu nem sabia que ela tinha disco gravado “fiz questão de convidar o senhor Wilson pra participar de todas as faixas. Ele só veio enobrecer nossa...” Queridos leitores, a moça não pode sentir um “gravando!” que transforma completamente a  corporatura. Nota-se a olhos vistos. é impressionante! Pra não esgarçar-se a cadência rítmica, já o tal Rodrigo Amarante: “oi querido amigo, o que o senhor Wilson representa pra ti em nossa musica popular brasileira?” pergunto eu. “eu não sei muito de música popular brasileira” ele responde. “é tudo que tu tens a dizer?(...)(?!)(mas...)(?)” quase digo uma palavra feia. Juro por Deus que me arrependo em não ter dito ao pé do ouvido. Conversa vai conversa vem, apaga o baseado, the show must go on! Led Zeppelin em ritmo de samba enredo. E Robert Plant teria adorado. 

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