leite negro
Quanta coisa me desanima... O ritmo caiu. Agora devagar. Faço uso das minhas horas vagas. Durmo cedo e acordo cedo. O ritmo já foi mais lento e mais lírico. O dia pontuado por notas prolongadas. Várias horas de trabalho. Agora está com um aspecto de renascimento que jamais beberá seu leite negro. E jamais dormirá no meu leito, onde jaz um feiticeiro loquaz. Eloqüente, verboso, tagarela e redundante. Giro em torno do mesmo tema. Sento diante dessa tela para me ver livre de algumas palavras que não consigo “falar”, vocalizar as palavras em voz alta seria como falar sozinho. Seja talvez um tanto supérfluo, inútil e desnecessário. Seja eu essa pessoa. Andando de um platô a outro. Descendo, subindo... Moonlight sky tonight... Durante o dia, minha cabeça parece vazia. E realmente está realmente fica. Meu signo é ar, projeto meu presente no futuro. Faço, sou ansioso. Isso faz minha mente agir mecanicamente para executar uma tarefa, para dar um passo além do instante. Não consigo me concentrar nem pensar mais adiante. A dinamite, a pausa, o segundo da explosão. Depois de algumas horas, dias, meses, tudo se acalma. Ficam as marcas do desastre. Fica a cicatriz. Ficam falsas memórias, lembranças bobas, lembranças boas. Coisas sacanas, sexo, cama. Fica o gosto.
Shame... It’s a shame...
I think I've kind of lost myself again...
Comentários
É mais que um simples texto, é a sensação de estar, de conhecer e saber.
Eu mesma escrevi um pouco sobre isto no meu blog.
Beijo
Très, très bien! J´adore!
Gi
Prazer vê-lo por aqui. É verdade: a vida é uma onda, um ascenóide.
Abraço Forte,
Gustavo