Comum a todos
De tudo que poderia ser ficou a dor.
Exposta como bandeira
desfraldada para ser vista
de longe.
Eu o reconhecia na multidão
pelo andar que o marcou diferente
mas para mim, sinal de chegada;
coração aos trotes, era ele, sim;
era ele que vinha de mentira qualquer
ah, não importava,era ele!
E para ele minha flor-de-laranjeira,
o medo, o riso, os descalços pés
e o amor impune.
Nenhuma poesia será assim.
Todas dirão: igual.
Minhas todas conotações
partidas e sangrando,
bifes da carne trivial
no prato colorex.
Tanta poesia jogada fora
(restos de comida aos porcos)
pérolas lixiviadas do meu rio
que não se acalma
nem se extingue
nem se cala.
Cida Valle
Imagem de Edson Felizardo |
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