Noites Adentros, NY
Para ler ao som de
F r a g m e n t oAlone together
“Há quatro anos não vejo minha mãe. Desde que meu pai morreu, quatro anos. Do leito de solidão ao berço eterno. Parece pouco tempo, dizendo, mas pra mim, parece um século. O tempo não volta atrás.
Hildgert, mesmo sabendo que eu não acredito mais em nada, você sabe, sem esperar que você responda que também me ama, que ama meus defeitos, minhas diversas densas infrutíferas qualidades e toda essa baboseira poética, que o mundo tá farto. Como conviver com materializações irreais? do quê que eu tô falando? Todo tempo que a gente ficou junto. Mesmo que sozinhos juntos. As poucas vezes que sorrimos porque nos sentimos felizes de verdade, até que descobrirmos a Grande e Falsa Verdade. Pra quem acredita, estivemos ligados por algum mistério do destino. Então parece que eu quero te envolver nos meus braços. Parece que eu quero sentir seu calor novamente, sua pele...”
Essa noite fizemos amor como nunca fizemos antes. Meu corpo sobre o seu corpo, olhos nos olhos. Nos amamos com a cumplicidade de fugitivos, trepamos com a cumplicidade de vagabundos cães-sem-dono. Aquela era a última vez, intuímos. Nunca mais ficaríamos juntos, ligados como um casal de amantes. Seu orgasmo veio às lágrimas. Última consagração do nosso encontro – marcado com a ternura um coração, desenhado com minha caneta tinteiro em seu antebraço, no dia em que nos conhecemos em Tirano. Não tivemos tempo de nos despedir. Ficar não era seu verbo predileto nem se importava que eu permanecesse em terra estrangeira. No dia seguinte suas malas estavam prontas. Tomamos café gelado, da noite anterior, antes de um chôro latente, beijos com desespero desajeitado e lágrimas de ambos os lados.
(s e g u e...)
“Há quatro anos não vejo minha mãe. Desde que meu pai morreu, quatro anos. Do leito de solidão ao berço eterno. Parece pouco tempo, dizendo, mas pra mim, parece um século. O tempo não volta atrás.
Hildgert, mesmo sabendo que eu não acredito mais em nada, você sabe, sem esperar que você responda que também me ama, que ama meus defeitos, minhas diversas densas infrutíferas qualidades e toda essa baboseira poética, que o mundo tá farto. Como conviver com materializações irreais? do quê que eu tô falando? Todo tempo que a gente ficou junto. Mesmo que sozinhos juntos. As poucas vezes que sorrimos porque nos sentimos felizes de verdade, até que descobrirmos a Grande e Falsa Verdade. Pra quem acredita, estivemos ligados por algum mistério do destino. Então parece que eu quero te envolver nos meus braços. Parece que eu quero sentir seu calor novamente, sua pele...”
Essa noite fizemos amor como nunca fizemos antes. Meu corpo sobre o seu corpo, olhos nos olhos. Nos amamos com a cumplicidade de fugitivos, trepamos com a cumplicidade de vagabundos cães-sem-dono. Aquela era a última vez, intuímos. Nunca mais ficaríamos juntos, ligados como um casal de amantes. Seu orgasmo veio às lágrimas. Última consagração do nosso encontro – marcado com a ternura um coração, desenhado com minha caneta tinteiro em seu antebraço, no dia em que nos conhecemos em Tirano. Não tivemos tempo de nos despedir. Ficar não era seu verbo predileto nem se importava que eu permanecesse em terra estrangeira. No dia seguinte suas malas estavam prontas. Tomamos café gelado, da noite anterior, antes de um chôro latente, beijos com desespero desajeitado e lágrimas de ambos os lados.
Comentários
Parece que pulsa na medida em que você termina cada frase!
bj
beijos e um abraço do tinhoso,
Pai Taínha
saravá!