Noites Adentros, NY
Impossível falar da Pixie sem falar antes da Linda. Eu ainda sentia a ausência da Gi, mas tinha certeza que ela estava bem, em algum lugar do mundo. Sentia que um dia nos encontraríamos de novo, assim como, por força do destino (e minha consciência de pai) estava revendo a Linda. Ainda guardava boas lembranças de nós dois e a Pixie.
A Linda Bernstein graduou-se na Thobias School of Art, em Londres. E logo em seguida decidiu fazer sozinha a tal viajem ao oriente, na qual nos conhecemos. Eu me formei na Vida Escola de Arte e trabalhava como vigia de estacionamento em Londres, naquele tempo. Naquele ano tinha juntado dinheiro suficiente para ir pelo infinito até o oriente, quem sabe dando voltas e voltas no mundo até ficar tonto. Eu tomava umas com erva e já via o mundo girar. A Linda tinha vinte e um pra vinte e dois e eu já tinha vinte e dois (sou do começo do ano, fevereiro), éramos livres como pássaro. Até que um ano depois vivíamos em Salisbury, eu como ajudante em uma fazenda, e a Lin era voluntária, numa escola de crianças. Vivíamos de vento, fora os alimentos que nos davam o dono da fazenda, os amigos da comunidade e o pessoal da escolinha, o resto era apenas o pequeno salário que recebia. Como ajudante de fazenda fazia coisas que vocês podem imaginar, remover excrementos de vaca e por aí vai. A Linda vivia sem neuras a exuberância de sua juventude como professorinha de artes e estávamos completamente apaixonados. Foi então que Deus nos agraciou com a pequena Pixie. De repente, de back-packers que iam dar a volta ao mundo, nos tornamos pai & mãe. Ela nasceu ali mesmo em um hospital em Salisbury. Os meus pais e os pais da Linda só souberam dois ou três meses depois, quando ela já havia sido batizada. No dia do solstício, quando fazem uma celebração, a vestimos de fadinha verde e a pequena parecia fazer parte daquele universo!
>>¨<<
(s e g u e...)
Comentários
A cidade escolhida foi Lídice.
Abraços
Que bom! Bonito nome.
Vou até lá ver!
Abraços
Gustavo
Depois de ter dado uma série de explicações, o texto levou sumiço...
Um abraço.
tens razão.
diz o meu pai, brincando com toda crueldade de imigrante espanhol, que:
"filho é bom na hora de fazer, mesmo assim só no finalzinho."
putz,
dá pra entender um pai assim?
>¨<
Genial Gus! Tou a adorar!
Beijos e bom sábado
onde vc arruma essas imagens?!
=*