o eterno
A obra do compositor, instrumentista e maestro brasileiro Moacir Santos, nascido no Alto Sertão Pernambucano, é reconhecida como uma das mais ricas e originais da música brasileira.
Seu estilo peculiar, desenvolvido sobre gêneros populares e eruditos, associa a sonoridade característica das bandas de música e jazz-bands de sua formação inicial no sertão à ampla experiência adquirida em sua atuação como maestro e arranjador em uma profícua fase da história da música brasileira e no mercado norte-americano.
O menino-músico das bandas do sertão, depois de muito tocar em diversas cidades e capitais do Nordeste, chegou ao Rio de Janeiro no fim da década de 40, onde trabalhou na Rádio Nacional. No “templo” da música popular no país à época, foi contratado inicialmente como saxofonista, e pouco depois tornou-se maestro, passando a integrar um time de profissionais do gabarito de Radamés Gnattali e Lyrio Panicalli, entre outros. No auge da bossa nova, foi professor de personagens fundamentais da música popular brasileira, como Baden Powell, Paulo Moura, João Donato, Sergio Mendes e Nara Leão.
Na década de 60 compôs trilhas sonoras para o Cinema Novo (Ganga Zumba, O Beijo, Os Fuzis, Seara Vermelha) e lançou o seminal LP Coisas. Sua música de maior sucesso, Nanã, gravada em centenas de interpretações, é tocada pelo mundo todo.
Em quarenta anos de vida nos Estados Unidos, para onde foi em 1967 após a ótima repercussão da trilha sonora composta para a produção hollywoodiana Amor no Pacífico, Moacir Santos consolidou sua reputação como compositor e professor. Lançou quatro LPs autorais, três deles pela renomada gravadora Blue Note, e passou a ter seu nome associado a grandes expoentes do jazz, como Horace Silver, Joe Pass, J.J.Jonhson, Frank Rossolino, Gary Foster e Clare Fischer.
No Brasil, sua obra foi reapresentada ao público no início dos anos 2000, no âmbito do Projeto Ouro Negro, dos produtores e instrumentistas Mario Adnet e Zé Nogueira, e desde então sua influência tem marcado as novas gerações de músicos em todas as regiões do país.
Moacir Santos foi agraciado com inúmeros prêmios e homenagens, entre eles a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura e o Prêmio Shell da Música Brasileira, em 2006.
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