Elogio da Loucura
“O Brave New World,
That has such people in’t”
A Tempestade - Shakespeare
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A loucura é aquela que mais se aproxima da ignorância humana. Aquela mesma que nos leva a ter fé e acreditar em mitos como a bondade humana. Uma loucura que até chega a ser inofensiva, que torna a vida minimamente mais agradável e o mais condizente possível com nossas aspirações mais alegres que deixamos na infância. A loucura, indignada com a abstenção de elogios a seu respeito, resolve por fim, elogiar a si própria e mostrar o quão presente está na vida da sociedade. Versando sobre os mínimos detalhes das ações humanas, ela mostra que está mais presente do que se imagina e revela-se de tal forma necessária e sedutora que acaba por atrair até a mesmo a sua simpatia. A loucura diz habitar o casamento, os filosofia, a ciência, as artes, a religião. Em ousada atitude, diz-se, inclusive, regente dos governos, da formação das cidades, das relações humanas e do senso comum. Diz que boa parte da sociedade tal como ela existe em seu tempo devido a sua presença. Os juristas, ao criar centenas de leis sem se preocupar com a relação que existiria ou não entre elas, estão embebidos na loucura. O aspecto encantador das crianças, que retarda todos a sua volta. A busca do jovem pelos prazeres da vida, a busca incessante por verdades e o “complexo de sábio” dos filósofos, as tentativas ridículas das mulheres para atrair os homens, a ignorância, a esperança, enfim, tudo isso existe graças à nada modesta loucura.
G.
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(Escrito em 1509 por Erasmo de Rotterdam e publicado em 1511, O Elogio da Loucura é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Protestante.)
Comentários
A propósito do comentário deixado ontem no olhardeperto, há uma dúvida por esclarecer. Quer lá voltar para responder à pergunta lá deixada por uma amiga delicada e atenta?
Obrigada
A loucura ardila com tanta competência que ousa o inimaginável temor da crença e sua real existência.
Vim até aqui com o intuito de avisá-lo sobre a pergunta que fiz lá no blog umollhardeperto, pois acredito que o senhor não retornaria para respondê-lo e não queria ficar com a essa questão em aberto mas vejo que a Luísa já o fez. Obrigada Luísa pelo aviso dado.
Demorei a responder, por que só agora vi seu comentário =/ Foi Mal...
Em primeiro lugar, obrigada pela visista. E sim, um origami atravessa o atlantico, se embalado corretamente.
Adorei seu blog.
Continue nos visitando ;-)
A música: http://www.youtube.com/watch?v=HzZWrvWxBk4
Ps.: Pessoa de bem... quem, eu?
Quanto a sua esclarecedora e inteligente resposta escrita lá no possibilidades eu agradeço muito a sua atenção e sua real intenção.
No que refere as outras questões opto por respondê-las quando os posts abordarem esses temas...são questões vastas e cada aspecto merece uma cuidadosa atenção para serem respondidas, então nessas ocasiões estarei prontamente favorável em responder. Se não terei a sensação de estar-lhe concedendo uma entrevista sem embasamento nenhum, compreende? rsrs Creio que meus pensamentos não são interessantes a ponto de lhe despertar qualquer curiosidade.
abraços,
Selena
Aqui me alimento de sabedoria...:)
Bjo Gustavo
obrigado.
abraço grande,
Gustavo
Louco? eu?
:)