De onde venho?
Sou Antonin Artaud
e basta que eu o diga
Como só eu o sei dizer
e imediatamente
hão de ver meu corpo
atual,
voar em pedaços
e se juntar
sob dez mil aspectos
diversos.
Um novo corpo
no qual nunca mais
poderão esquecer.
Eu, Antonin Artaud, sou meu filho,
meu pai,
minha mãe,
e eu mesmo.
Eu represento Antonin Artaud!
Estou sempre morto.
Mas um vivo morto,
Um morto vivo.
Sou um morto
Sempre vivo.
A tragédia em cena já não me basta.
Quero transportá-la para minha vida.
Eu represento totalmente a minha vida.
Onde as pessoas procuram criar obras
de arte, eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.
Eu, o senhor Antonin Artaud,
nascido em Marseille
no dia 4 de setembro de 1896,
eu sou Satã e eu sou Deus,
e pouco me importa a Virgem Maria.
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Carta às Escolas de Buda
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[de Cartas aos Poderes]
Vós que não estais na carne, que sabeis em que ponto de sua trajetória carnal, de seu vai e vem insensato, a alma encontra o verbo absoluto, a palavra nova, a terra interior. Vós que sabeis como alguém dá voltas no pensamento e como o espírito pode salvar-se de si mesmo. Vós que sois interiores de vós mesmos, que já não tendes um espírito ao nível da carne: aqui há mãos que não se limitam a tomar, cérebros que vêem alem de um bosque de tetos, de um florescer de fachadas, de um povo de rodas, de uma atividade de fogo e de mármores. Ainda que avance esse povo do ferro, ainda que avancem as palavras escritas com a velocidade da luz, ainda que avancem os sexos um até o outro com a violência de um canhonaço, o que haverá mudado nas rotas da alma, o que nos espasmos do coração, na insatisfação do espírito?
Por isso, lança às águas todos esses brancos que chegam com suas cabeças pequenas e seus espíritos já manejados. È necessário agora que esses cachorros nos ouçam. Não falamos do velho mal humano. Nosso espírito sofre de outras necessidades que as inerentes à vida. Sofremos de uma podridão, a podridão da Razão. A lógica Europa esmaga sem cessar o espírito entre os martelos de dois fins opostos, abre o espírito e volta a fechá-lo. Porem agora, o estrangulamento chegou ao cumulo, já faz demasiado tempo que padecemos sob seu jugo.
O espírito é maior que o espírito, as metamorfoses da vida da vida são múltiplas. Como vós, rechaçamos o progresso: vinde, deitemos abaixo nossas moradas. Que continuem ainda nossos escribas escrevendo, nossos jornalistas cacarejando, nossos críticos resmungando, nossos agiotas roubando com seus moldes de rapina, nossos políticos arengando e nossos assassinos legais incubando seus crimes em paz. Nós sabemos - sabemos muito bem - o que è a nossa vida. Nossos escritores, nossos pensadores, nossos doutores, nossos charlatães coincidem nisto: em frustrar a vida.
Que todos estes escribas cuspam sobre nós, que nos cuspam por costume ou por mania, que nos cuspam porque são castrados de espírito, porque não podem perceber os matizes, os barros cristalinos, as terras giratórias onde o espírito elevado dos homens se transforma sem cessar. Nós captamos o pensamento melhor. Vinde. Salvai-nos destas larvas. Inventai para nós novas moradas.
Comentários
muito obrigada pelo elogio, adorei seu blog.
Sou budista, gostei das suas postagens!
Gostaria de saber de que forma você me encontrou!
Vou te adicionar à minha lista de seguidores, se topar a parceria, será de bom grado, apesar de nossos blogs serem completamente diferentes!
Sorte e sucesso!
Beijos!!!
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Aguardo sua resposta!!
obrigado pela visita e pelo comentário.
qualquer coisa, estamos aí
grande abraço
Como eu te achei? essa pergunta é fácil. Todo homem procura uma dream girl. Sincramente, não sei como te encontrei. Quanto a seguirmo-nos mutuamente, está feita a parceria. Sorte e sucesso pra você também. Viva as diferenças!
Abraço,
Gustavo
você já foi Miss?
eu vou bem, obrigado.
Obrigado a você, por retribuir a visita. Seu blog é bem interessante. E obrigado pela força também.
abraço Grande,
Gustavo