O mundo em
câmara lenta. Um bando de babacas seminus pulando e gesticulando como macacos.
A fase é boa. É como arrancar dente sem anestesia. Eles dançam samba? Eles
torcem como macacos. Retorcem seminus seus corpos alegres, suados, vibrando.
Uma cidade em sua pele broca como uma doença. Esfumaça a cor de seus corpos. É
Copa? É copo? É capo? É corpo. Nu nesse deserto. Faminto de horizontes. Em
câmara lenta o mundo caminha para trás. E tudo, horizonte, cidade, gente se
contorcendo em estádios seminus se esfuma no fundo do olhar e diz-se miragem.
Cláudio Rodrigues
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