por Cláudio Rodrigues
Os Dias Perfeitos
de Raphael Montes
de Raphael Montes
Natural da cidade do Rio de Janeiro, nascido
em 1990, e aluno do tradicional Colégio São Bento, Raphael Montes estreou na
literatura com o conto policial A
Professora, publicado em 2009 na coletânea Assassinos S/A, da Editora
Multifoco.
Segundo o próprio autor, ele foi apresentado
à literatura aos 13 anos de idade, por uma tia-avó que lhe presenteou com
livros de Conan Doyle, despertando nele interesse para a leitura de livros
policiais e suspense. Na mesma época começou a escrever, nas páginas finais dos
cadernos escolares, contos que eram distribuídos aos colegas. O primeiro deles,
o citado A Professora, tem por tema
uma professora que assassina seus alunos. O segundo conto conta a história de
um menino de 12 anos assediado por um homem de 40.
Seguindo esta galeria de horrores, o romance Suicidas, escrito dos 16 aos 19 anos do
autor, e narra a história de nove garotos que se reúnem em um sítio para se
matar em um jogo de roleta-russa. Finalista do prêmio Benvirá de Literatura, da
Editora Saraiva, mesmo tendo o concurso, a editora publicou-o em 2010,
incluindo-o na Série Negra do selo Benvirá. Esta publicação foi finalista dos
prêmios Machado de Assis, da Biblioteca Nacional, em 2012, e São Paulo, em 2013,
projetando o nome do autor, chamando atenção do público especializado na
literatura policial e de suspense.
Em março de 2014 foi publicado pela Companhia
das Letras seu segundo romance, Dias
Perfeitos, cuja capa da primeira edição foi estampado um elogio do escritor
policial norte-americano, Scott Turow: “Raphael Montes certamente redefinirá a
literatura policial brasileira, e vai surgir como uma figura na cena da
literatura mundial.
A ideia do romance surgiu quando sua mãe, impressionada
com o tema de Suicidas, sugeriu que ele
escrevesse um livro de amor. E ele escreveu um romance sobre o amor obsessivo. O
amor de um psicopata. O livro conta a história de Théo, um estudante de
medicina que mora com a mãe paraplégica em um flet em Copacabana e nunca antes havia tido um relacionamento
amoroso, que se apaixona por Clarice, e acaba por sequestrá-la, decidido desta
maneira convencê-la de seu amor e conquistá-la. O livro narra a história, mesmo
em terceira pessoa, da perspectiva da mente de um psicopata, que justifica o
tempo todo suas ações.
Não é um clássico livro policial, com um
crime a ser resolvido, um elenco de suspeitos e um investigador. Diferente de Suicidas, que foi escrito em flash backs, a narrativa de Dias Perfeitos é simples e linear,
própria, segundo o próprio autor, para desenvolver o perfil psicológico das
personagens e buscar uma tensão entre apenas dois personagens.
Estão previstas para os próximos anos
lançamentos de adaptações de seus romances para o cinema, assim como a edição
da tradução de suas obras para o inglês.
Cláudio Rodrigues
Cláudio Rodrigues
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