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BEAT
PARALELOGRAMO. Andar pelas ruas, as mesmas ruas. Estar sozinho ou acompanhado,
viver uma realidade paralela. No meio das pessoas, pareço tão louco quanto devo
ser. Perto de mim, meus vários. O eu de pé, o eu de chapéu, o eu
sentado esperando os vários minutos calados passarem com imprecisão. Ando
durante o dia. O eu que vai pela noite durante a noite pela noite. Dia a dia,
espero-te à tardinha, quando nos encontraremos felizes a olhar o céu, que vai
nos encher os olhos de nuvens. As lágrimas escorrem da exultação mórbida de um
luto. Perdido no globo que eu não me encontro. Não peço informação, mas não faz
diferença. Estou inerte, indiferente a tudo isso. Vivendo como criatura da
noite. Observo os desejos de amor, os delírios de amor, amor contido no vazio
do ego que implora alguma existência. Histórias que trazem um personagem
oculto. Amores que fazem da vida o pior e o melhor da vida. Litígios da
aproximação...
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