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O mistério
que envolve esse teorema envolve esse enigma e sempre se repete à mesma volta.
Você bebe a água e eu te bebo. Fico ébrio. Você coloca suas pernas sobre as
minhas coxas e eu sinto o seu sexo. Quero engolir sua boca, mas você me beija
mais do que eu te beijo e eu adoro. Sinto teu seio pequenino de ninfeta,
arrepiado e duro no escuro. Você embriaga-me como quem nada quer e bebe pra
matar minha sede. Parecem intermináveis as horas feito minutos. De tudo
esqueço. O trabalho inexistente esquece-me de hoje de ontem de antes de ontem.
Esqueço que me maldiçoou com sua soberba, sua irracionalidade, com seu
atavismo. A vida importa. A vida importa porque suas maluquices de ninfeta
fazem-me ter mais responsabilidade. Adoro seu cabelo todo lindamente atrapalhado
sobre seus olhos sobre o meu rosto. Seu beijo é o gostoso no caminho percorrido
ao instante eterno, efêmero e derradeiro em que te quero. A paisagem, essa
fogueira elétrica ao lado da cama e você. A Lua lá fora espreitando nosso
desejo com sorriso de Gato. Nesse momento quero esquecer meu passado. Quero
esquecer outras luas, outras primaveras, outras trepadas, outros beijos. Nessa
hora você se entrega e sobe sóbria sobre mim. Eu, bêbado de ti. A palavra, nada
diz. Não importa que devore minha alma.
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