Em janeiro comecei o primeiro “dia útil” do ano dormindo feliz num quartinho abafado colado na rodoviária. Tinha um ventilador ligado no máximo e uma cama. O calor úmido no janeiro chuvoso. Um desatino total e uma dor pra calar. Esses foram os meses que se passaram até aqui. Que eu nunca mais vi. Que nos separam no Tempo & Espaço. Que rasguei meu próprio retrato. Momento em que aceito fazer outra fotografia das ilusões da Terra. Foram meses de angústia, de sofrimento velado, de uma lucidez desejada e sentimentos contraditórios. Sentimentos que não dizem nada. Minha barba cresceu. Não sou mais o mesmo. Não sei o que fazer. Ich kann es nicht. Gott helfe mir. Águas passadas...
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