Fui parar na Praça Sete, no “centrão”. Normandy (a Normandia me persegue), um hotel que procurei na lista telefônica. Foi um dos hotéis mais sofisticados da cidade, na década de 1960. Da janela do quarto via-se o prédio em frente uma imensidão de cinzas. Estava sendo um dia terrível para mim. Mesmo me dando o luxo de ouvir o chorinho na praça sentado com vários copos de chope. Um entardecer incrível, embora triste vice-versa. A minha intuição dizia que ela estava decidida. No dia seguinte, saio do hotel, check-out! Começo a procurar algum lugar mais barato ainda. Já é segunda-feira antes do Ano-Novo. Encontro um na Avenida Paraná. Ah Avenida Paraná, foste o palco das malditas últimas findas ilusões. Ilhado na própria cidade onde eu moro. Forasteiro. Homeless. Tendo que comer de manhã de tarde de noite como todo mundo. Fiz do Ano Novo um carnaval de Arlequim. Foi traumático pra mim, pra todo mundo. Rejeitado pela restrição de família fui (convencido no telefone público pela ex-cunhada) pra casa da sogra que ergueu a espada de São Jorge guerreiro e fincou a lança no dragão, expurgando aquele “mau” que estava me matando. E foi esse o Ano Novo que rasgamos sozinhos e junto.

Comentários

Gustavo disse…
não... imagina...

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