Tecnologia e sociedade
Na área de estudo da tecnologia e sociedade sempre se tem discutido sobre determinismo tecnológico ou determinismo social. A internet determina o que é a sociedade ou a sociedade determina a internet? Em todos os casos da história da tecnologia, ambos acontecem. Porque tecnologia é sociedade. Não há de um lado sociedade e a tecnologia de outro e eles não se tocam. O termo Tecnologia é utilizado para definir os conhecimentos que permitem fabricar objetos e modificar o meio ambiente, com vista a satisfazer as necessidades humanas. É a dimensão da sociedade e fundamentalmente uma dimensão cultural, entendendo-se cultura em termos de valores, crenças e comportamentos.
As pessoas,
durante a história, se apropriaram da tecnologia e fizeram com as coisas
tecnológicas o que a tecnologia nunca havia pensado. A internet é organizada
por pessoas desenvolvendo suas necessidades, seus valores, seus usos. Usando a
internet e decidindo a aplicação da tecnologia, de novas formas de usá-la. Ela precisava
da formação de um mercado de massa que levaria a um interesse comercial em
desenvolver e vende-la à aplicação funcional. Mas, para um mercado de massa
emergir seria preciso uma demanda sociocultural quantitativa.
A exemplo dessa funcionalidade, os atuais Tablets
são um dispositivos que, dentre outras funções, oferecem acesso à Internet, desejo dos consumidores.
Quanto a utilização da rede em nivel global,
exemplo disso são os jovens no Egito reuniram forças para se manifestar
publicamente, comunicando-se através da rede. O ditador Rosnin Mubarak, há
vinte e cinco anos no poder, cortou acesso à internet, mas a notícia “vazou”
para a imprensa internacional e mesmo sem essa interface, os manifestantes
conseguiram unirem-se. Após dezoito dias de manifestação, o apelo
popular forçou sua renúncia. A notícia internacional, demonstrou assim o grande
poder da mídia.
É de suma
importância que essas ações sejam reconhecidas no mundo globalizado, que ao
mesmo tempo se massifica e cria possibilidades comportamentais.
O blog também tem
sua linguagem própria para esse tipo de expressão popular.
Refletindo sobre
a retórica do discurso político, a pesquisa nunca é confiável, nunca expressa,
de fato, a “opinião pública”. Opinião significa doxa e não epistème, não
é saber e ciência ao mesmo tempo. É simplesmente um “saber”, um opinar
subjetivo para o qual não se exige comprovação. Contra Habermas, que sustenta
que Locke, Hume e Rousseau forjam a “opinião pública” falseando e forçando a doxa platônica para significar um juízo
racional. Essa tese não é aceitável pois todos os autores do iluminismo
conheciam muito bem o grego. Disseram opinião, portanto, sabendo bem que doxa, na tradição filosófica, significa
o oposto de verdade objetiva. A matemática não é opinião, do mesmo modo que
podemos dizer que opinião não é uma verdade matemática. As opiniões são fracas
e voláteis, mas ao contrário, quando se tornam convicções profundas e
profundamente radicadas, então devem ser chamadas de crença, e nesse sentido, o
problema muda.
Quanto mais uma
opinião fica exposta a fluxos de informações exógenas, provenientes do poder
público, mediante órgãos de informação de massa, tanto mais a opinião de grupos
sociais corre o risco de se tornar hetero-dirigida.
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