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Meus versos íntimos
Devo escrever pro Notas de um usuário, Acho que ele tá
merecendo. Não porque eu esteja usando muito, desse influente barbitúrico, mas
por estar encontrando a fórmula para resolver o problema. Se resolver é lidar
consigo mesmo, se resolver e criar um obstáculo entre si e todo o resto do
contexto, estando inevitavelmente inserido nele até o pescoço.
Primeiro passo, que infelizmente chega a ser o primeiro-último de um novo
começo, é saber, ter a consciência de que somos e temos pequenos tiranos.
Identificá-los é fundamental. Hoje sei que, agindo em causa própria, em
beneficio da preservação de mim mesmo, aprendi a suprimir, pedaço a pedaço, meu
maior ídolo.
Ídolo e pequeno tirano ao mesmo tempo, ele é meu homem que eu mais amo nesse
mundo. Não quero dizer de quem se trata.
Espero de vós um leitor astuto.
Estivemos afastados muito tempo e nesse tempo pareceu que minha vida não fez
sentido.
Parece controverso. E é. Mas o mundo é ambíguo. Mal e bom estão/são lado a lado
dentro de um círculo. Assimetria de forças que se completam. E de pensar que
somos esse círculo vivo...
Não se pode, penso condenar ao absolver o tirano. O tirano impõe sua vontade,
seus regulamentos e é categórico. Mas alguns tiranos amam seu povo. Geralmente
aniquilam em prol de seus protegidos. Passam por dilemas éticos e antagonismos.
Ser tirano requer uma habilidade imensa, e exige estar ciente do seu próprio universo
íntimo.
E é exatamente isso que o coloca em risco.
Ser condescendente com as atrocidades que eu causei a mim mesmo, é ter o rabo
preso.
Somente o impotente delicado amor-de-mãe observa o abismo, abismado.
Aquele que espera a volta do sujeito, não pelo sentido de domínio. Talvez pela consciência
do que excede o descomedimento excedido. ------------------------ as redundâncias
do mundo.
As escadarias do excesso conduzem ao palácio da sabedoria. Degrau por degradante
degrau, eu subi esse provérbio do poeta inglês, até o fim.
Enfim, não digo que tinha me tornado sábio.
Os degraus eram as curvas do abismo que, abespinhado fez-me vir à superfície. Passar
a existir...
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