a poética do esclarecimento - beba com moderação
Não sinto vontade alguma de pensar em
literatura quando vejo Kilmary e seu olhar cresce e se espalha no jardim de
Monalisa, queimando e rasgando todas as minhas fotos pagãs que guardei das
batalhas celtas de outrora. Sei o que faço com o que foge.
– poesia
– mas Kilmary segue como prosa espontânea rabiscada ininterrupta atropelada como um rolo compressor no átrio da dor e se não for o que for por auto definição perfeita, refazer mortes e quebrar espelhos de silêncio pode ser a solução sob a eternidade que escrevo agora. Um garçom vidente acaba de me interromper. Veio me dizer que estou a sete meses morando em Dublin, embora esteja em Paris falando em castelhando. Ele me diz que estou delirando, pergunta se estou com febre, e que Kilmary foi pintar o cabelo de colorido.
– Você conhece Kilmary? - Sim. Ela não é teu amor sóbrio, dentro da tua história confusa? - Sabe lo todo, muy raro. Eu não sei tocar violino nem escrevo histórias tristes como meu amigo Griffith. Griffith sabe como ser melancólico e escrever apoteóticas cartas suicidas. Mira, pibe. Conhece Griffith?
– Ele não é teu editor que nunca consegue editar você?
– E quem consegue
– Kilmary consegue?
– Um cliente está chamando, monsier, s'il vous plaî.
– Go!, pibe, no passa nada. Tout ça va bien! Como um violino que canta a sonata das línguas eu espero Kilmary. Ela me chega de Rickshaw, como sempre faz, senta na mesa, coloca uma caneta entre meus dedos, fecha meus olhos, fica de noite, e com seu cabelo de aurora boreal, seus olhos eternos e seu sorriso languido, me diz, “really, a vida não faz sentido, mas isso não é o fim do mundo”, e num flash vamos até o Arco do Triunfo tirar uma selfie.
– Kilmary, um hipster não tira selfie.
– Come on, deixa de ser clichê, vem! Or you want me so much to fight with the everything to make part of the world, or you just like it and its enought, but nothing is enought.
– poesia
– mas Kilmary segue como prosa espontânea rabiscada ininterrupta atropelada como um rolo compressor no átrio da dor e se não for o que for por auto definição perfeita, refazer mortes e quebrar espelhos de silêncio pode ser a solução sob a eternidade que escrevo agora. Um garçom vidente acaba de me interromper. Veio me dizer que estou a sete meses morando em Dublin, embora esteja em Paris falando em castelhando. Ele me diz que estou delirando, pergunta se estou com febre, e que Kilmary foi pintar o cabelo de colorido.
– Você conhece Kilmary? - Sim. Ela não é teu amor sóbrio, dentro da tua história confusa? - Sabe lo todo, muy raro. Eu não sei tocar violino nem escrevo histórias tristes como meu amigo Griffith. Griffith sabe como ser melancólico e escrever apoteóticas cartas suicidas. Mira, pibe. Conhece Griffith?
– Ele não é teu editor que nunca consegue editar você?
– E quem consegue
– Kilmary consegue?
– Um cliente está chamando, monsier, s'il vous plaî.
– Go!, pibe, no passa nada. Tout ça va bien! Como um violino que canta a sonata das línguas eu espero Kilmary. Ela me chega de Rickshaw, como sempre faz, senta na mesa, coloca uma caneta entre meus dedos, fecha meus olhos, fica de noite, e com seu cabelo de aurora boreal, seus olhos eternos e seu sorriso languido, me diz, “really, a vida não faz sentido, mas isso não é o fim do mundo”, e num flash vamos até o Arco do Triunfo tirar uma selfie.
– Kilmary, um hipster não tira selfie.
– Come on, deixa de ser clichê, vem! Or you want me so much to fight with the everything to make part of the world, or you just like it and its enought, but nothing is enought.
E todos juntos agora, vem Pibe, vem Griffth vem
Kilmary! Sorri, Krams! Sorri gente! S T O C K!
por Caio Campos
colaborador do Papagaio, de Dublin
colaborador do Papagaio, de Dublin
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