Anotações esporádicas
Nem além, nem aqui nem agora
Meu tempo parou naquela manhã de sábado
Dia 04 de agosto de 2014.
Baby,
Há quanto tempo... Esse ano do cavalo me sinto como se tivesse sete anos. A idade com a qual parece que foi quando nos amamos. Quando foi que nos amamos? Tive a intuição de que esse terceiro ciclo só terminará quando eu concluir todos os trezentos e sessenta e cinco dias desses trinta e seis anos. Esse hoje me sente como se tivesse sete anos. Por várias questões que sei e outras tantas que não. Talvez essas tantas coisas que não desejo saber. Talvez. Sete anos e as tantas coisas sinto. Meu pau, meu Deus, minha mente, meu mundo. Como lágrimas esporradas na cara, de menino. Uma isso metáfora, mas é o que é. Qualidade primeira do signo. Algumas mais espontâneas, outras estagnadas. Outras nem tanto. Eu não posso fugir de mim. Letra por letra o que está escrito, está escrito. Últimas páginas. Se dizem alguns que eu parei no tempo, lembro que é tempo quem me leva. O “por que?” é uma questão que não discuto. Ventos do norte não movem moinhos. Não se meta com minha vida pessoal. São indagações investigações a contento. Se choro, são lágrimas de aguas passadas, como palavras ao vento, como trair a agenciamento. Um jumento da carruagem do tempo.
perder
é o vento
no vazio
é ventre
escuro de um terreno
é o fundo
do mar
umbigo do
mundo
porque um
cativeiro
é
o ventre que me pariu
o vento
escuro de ventre
vou
aprender a ler
pra
ensinar meus camaradas
entendeu?
a
prender a
ler
mas no
caso deste texto, não se trata de questões de fundo, mas de forma
para mim
o texto perdeu o interesse no final
perdeu
não é o
final
é só a
metade
o final
tb não tem fim
o início
do texto tem um brilho que se perde a partir de algum ponto
porque
meu txt tenta ser um cadinho de mim
mas não é
provável que seja
nunca será
se perder
é normal e é uma qualidade não estrutural
perder
sentido
perder o
brilho
não quero
brilho
não sou
brilho
ainda
acho que você deveria sair um pouco de vc
sou um
pervertido
sozinho
no deserto
um
andarilho
e gosto
quando seu texto é narrativo
pode
achar pode se perder
eu
escrevo assim
eu acho
que é isso que eu sinto falta de mais quando te leio
do meu
umbigo pra mim mesmo
não me
interesso por mais nada
claro
que não
consigo entender
o texto é
isso
não
entendimento
um filete
filamento
divisão
autobiografia
nunca acaba com o fim
se busco
"por que?"
encontro
"talvez"
o objeto
é inatingível
representado
nunca bem
um complexo
de Goethe
sonho
desbotado numa
colcha de signos
a
milionésima parte enfeitando a estante
uma tentativa infrutífera
uma
vaidade, uma mentira
ou várias
uma meia
metade
meia
metade e meia
uma meia verdade
o pecado
mais íntimo
escrevo
talvez
também
além
por causa
do medo
um
diletantismo medonho
dilacerar
a si mesmo
antes da
ponta do lápis
atrás da
parede
um desejo
um beijo
na página em branco
um mero
"motive" Underlines
o último beijo. Sempre o último beijo de amor. sempre o desejo, um vestígio e essa
vontade de ser Deus.
Comentários