um sonho que tive...
31 de agosto de 1930
Parece agora que vim de outro planeta. O Principezinho de Saint Exupéri perdido e perplexo. Quando víbora disse que ao olhar os campos de centeio lembrar-se-ia dos seus cabelos amarelos afirmou tu te tornas responsável por aquilo que cativas.
Diga-me, qual foi o grande mal que fizemos a nós mesmos?
Desculpa-me eu ser assim. Assim como eu sou. Desculpa gostar de você e não ter você aqui perto de mim, salvo em pensamento. Ah, e de café também, só poder lembrar o gosto... enquanto faço lamber gotas de água de cactos. E de fumar tanto, tendo que racionar cada trago. Fazem quatrocentos e noventa e cinco dias que estou perdido nesse meio do nada, e nada me fez quer te ver tanto. Me espera, escrevo pra mim mesmo em desespero. Será que ela ouve minhas preces? Morreremos jovens para sempre, juntos. Desculpa meu imediatismo, minha solidão de enfermaria. Desculpa as nossas vidas paralelas Desculpa as lágrimas que brotam do nada e entretanto. O que me possuí, esqueça. Você me tem mais. Desculpa se você é como o vento dizendo que a brisa passou. Desculpa se te faço gemer e ao mesmo tempo sou assim sou tão passional, passível de uma profunda averiguação. Se eu não quero falar nem lembrar o passado. Lembro que eu nunca existi que eu nunca fui, portanto nunca jamais eu o era. Estou, sou, na impermanência dos monges tibetanos, na previsão do tempo e dos profetas, na língua dos poetas, na faca dos dois gumes, e cumes de montanhas chinesas e na poeira dos anos, meu anjo. Soprado no vento de uma vocalização de faz como se fez – sexo, jazz e café. Desculpa se deslizo no céu da minha língua comprada num sonho. Desculpa se lambo teu umbigo, se te arranho, e ainda assim depois discuto contigo, sem querer. Sem medida. Que esse sonho nunca se acabe. Quero tragar a fundo esse Você imaginado até que um milhão de sonhos se tornem realidade. Esqueceria esse “será vai dar certo”... não se perca nunca de mim. Sou apenas mais um Ouriço do jogo de croqué da Rainha do País das Maravilhas.
Je suis
Je...
suis
sua criança...
Ano
do cavalo
Fran,
Parece agora que vim de outro planeta. O Principezinho de Saint Exupéri perdido e perplexo. Quando víbora disse que ao olhar os campos de centeio lembrar-se-ia dos seus cabelos amarelos afirmou tu te tornas responsável por aquilo que cativas.
Diga-me, qual foi o grande mal que fizemos a nós mesmos?
Desculpa-me eu ser assim. Assim como eu sou. Desculpa gostar de você e não ter você aqui perto de mim, salvo em pensamento. Ah, e de café também, só poder lembrar o gosto... enquanto faço lamber gotas de água de cactos. E de fumar tanto, tendo que racionar cada trago. Fazem quatrocentos e noventa e cinco dias que estou perdido nesse meio do nada, e nada me fez quer te ver tanto. Me espera, escrevo pra mim mesmo em desespero. Será que ela ouve minhas preces? Morreremos jovens para sempre, juntos. Desculpa meu imediatismo, minha solidão de enfermaria. Desculpa as nossas vidas paralelas Desculpa as lágrimas que brotam do nada e entretanto. O que me possuí, esqueça. Você me tem mais. Desculpa se você é como o vento dizendo que a brisa passou. Desculpa se te faço gemer e ao mesmo tempo sou assim sou tão passional, passível de uma profunda averiguação. Se eu não quero falar nem lembrar o passado. Lembro que eu nunca existi que eu nunca fui, portanto nunca jamais eu o era. Estou, sou, na impermanência dos monges tibetanos, na previsão do tempo e dos profetas, na língua dos poetas, na faca dos dois gumes, e cumes de montanhas chinesas e na poeira dos anos, meu anjo. Soprado no vento de uma vocalização de faz como se fez – sexo, jazz e café. Desculpa se deslizo no céu da minha língua comprada num sonho. Desculpa se lambo teu umbigo, se te arranho, e ainda assim depois discuto contigo, sem querer. Sem medida. Que esse sonho nunca se acabe. Quero tragar a fundo esse Você imaginado até que um milhão de sonhos se tornem realidade. Esqueceria esse “será vai dar certo”... não se perca nunca de mim. Sou apenas mais um Ouriço do jogo de croqué da Rainha do País das Maravilhas.
Je suis
Je...
suis
sua criança...
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