Excepcionalmente
Estreia hoje no Papagaio Mudo, por conta de um imprevisto, a colaboradora Tita Marçal. Todos os domingos ela escreverá sobre fatos que ocorrem em Belo Horizonte (e mundo afora) com aqueles que não que vem diante da força subjugadora, e muitas vezes desleal dos governos e governantes.
Bem sabemos que no Brasil nem tudo é como deveria ser. se tomarmos em conta a declaração Universal dos Direitos Humanos, grande parte desse todo não é, de fato, como deveria ser.
Enquanto a cidade não para, a cidade só cresce, e seus habitantes concentram sua atenção naquilo que a produção midiática condensa, a tentação de absorver apenas o que nos apraz é bem mais lindo que chorar ou se entristecer.
A Tita é uma jovem ativista ou, uma ativista jovem. Por que? Independente da idade, atuamos pelas causas humanísticas todo tempo de nossa existência sobre a face da Terra. A harmonia do planeta depende de nossa consciência e atitude social, dentro e fora de casa. A todo tempo somos obrigados a emitir opinião sobre quem somos e como vamos agir quanto a determinado assunto. É certo que nem sempre temos que deliberar abertamente a cada momento, assim como quando opinamos não obtemos resposta imediata por inumeráveis motivos.
Na maior parte das vezes nosso julgamento está aquém das possibilidades de influir em mudanças globais tal como gostaríamos. Porém, é dentro do círculo privado que mostramos quem somos. Ao criar nossos filhos (que dependem absolutamente de nossos conceitos morais, nossa experiência, nossa grana e, ao lidar com os anciãos, nossos pais e avós, que já fizeram tudo isso por nós) é que provamos quem, de fato somos.
Fora de casa não chega a ser diferente. O planeta precisa de nós, de nossas ações, de nossa boa (e não má) intenção de mudar o que não está em seu devido lugar. Simples gestos fazem a diferença. Grandes atos nem sempre, ou muito pelo contrário.
Ah... o imprevisto? A Polícia Militar de Minas Gerais anunciou uma ação de despejo prestes a acontecer acima de 8 mil famílias que residem na região do Isidoro em Belo Horizonte. E essa é uma informação que deve ser transportada com urgência para o maior número de pessoas.
A Tita sabe disso. A imprensa muitas vezes não. Melhor seria dizer que “finge” não saber, pois não reporta as condições em que vivem essas populações.
Caros leitores, a informação é poderosa, bem sabemos disso.
Vou pedir à Tita pra ela também nos proteger.
Gustavo Perez
Comentários