Noites Adentros, NY
p a r t e 2 A Gi não tinha sotaque, ou eu não percebia mais o sotaque da Gi. Somente quando ela falava outro idioma é que me vinha a memória auditiva da sonoridade aguda e desconfiada de Belém do Pará. Mulher que mantinha no olhar sempre uma expressão muito séria. Isso não quer dizer que levava tudo a sério, principalmente a mim. Quando conversávamos, não havia estranhamento lingüístico, de forma alguma. Uma mulher forte, corpo escultural. Cuidava da saúde, apesar de dar uns goles uma vez aqui, outra ali. Acordava bem mais cedo do que eu e comia alface no café-da-manhã. Nas últimas semanas eu não conseguia dormir direito, desde que saímos do Brasil, a luta que foi até nos ajeitarmos. Agora, toda essa mídia, a TV latina querendo me entrevistar novamente e o Canal 4 também se manifestou. Depois de ter escrito sobre a maldade, escrevia agora sobre a falsa bondade, ou a boa falsidade, o que é ainda pior, todos gostaram. Pessoas demonstravam maior interesse nesse tipo de maldade velada, nem Tennessee Williams nem Nelson Rodrigues, nem Eça nem Machado. Diziam que estava inaugurando um novo estilo literário e tudo que eu fazia era apenas escrever. O que também faz parte da hipocrisia. Mas, Voltando ao assunto Gislene, ou simplesmente Gi, ela foi casada com esse italiano que falava alemão. Nunca entendi essa miscelânea toda de história (o porquê dos porquês) e também esse lance da comuna de Campione d'Italia, uma área no território da Suíça, de língua italiana, que pertence à Itália (?). O velho mundo...
(continua pela história da Gi. Dando voltas...)
(continua pela história da Gi. Dando voltas...)
>>¨<<
Comentários
não encontrou porque ainda não escrevi.
rememorando,
o que vc escreveu sobre o fogo (seu quarto e tal) inspirou-me a escrever.
assim que escrever, pois a inspiração está aqui guardada (e é assim que eu "funciono") você será a primeira a saber.
bjos,
GuS
wie geht es dir?
Kuss
GuS
Calma! vou contar a história da Gi aos poucos. Pra dar mais gosto, mais tempêro à história.
abs,
>>¨<<
Gustavo