Pinhole Cafe

Ensejo. Continua aqui tudo aquilo que fugiu da minha cabeça pela rua, fugiu da pena e pela pena em que escrevo. Se não está aqui e se aqui estivesse e se eu estivesse aqui esse azul que preenche lacunas, mas agora você está próxima de chorar. Esse desastre doméstico e coisas mais complexas. Tudo que você prometeu sem ver. Arquitetos da Roche planejam uma pastilha-ponto-psico-caótico. Escrevo essa carta sob o crivo do olhar alheio. Falsificador de poesia para não haver censura redundante. Escrevo pensando no silêncio agora. Não digas que é o fim tentando não entender floreios e voltas, mas a dor mística encara seu fascínio. Seja minha, seja sua, seja, de quem for, do tempo vazio interior da letargia em contraponto ao tédio. Entrego-me à vida sem dúvidas e receios. Minha carta elaborada come palavras. Nada de redenção! e nenhum alívio. Mas eis que aqui estão! caídas como as harpias de Zeus, anjos do próprio demônio. Depois de algumas tantas tentativas, ter limite um tanto rebelde, a tendência de abolir o erro. Minha perda de fôlego é proporcional ao fôlego daquilo que duvido. O erro redefine a cor daquilo que propõe, secretamente. O ambiente das tragédias é o que move o mundo.

>¨<

Comentários

Anônimo disse…
o ambiente das tragédias é que remove o mundo...
inclusive o mundo ego
Gustavo disse…
K ralio
roserouge disse…
Tás a falar com sotaque alemão?
Gustavo disse…
por que vias, roserouge?
Bruna Mitrano disse…
"(...)mas agora você está próxima de chorar. Esse desastre doméstico e coisas mais complexas", meu trecho preferido.
Não preciso das tais pastilhas, o caos está naturalmente em mim.
Queria me entragar à vida sem dúvidas; pelo menos sem pensar nelas.
Texto mais que ótimo.
Gustavo disse…
Bruna,

As pastilhas são um hábito do patrocinador, uma exigência.
Pede um descuido
e come um bisoito.

Abraço,

Gus
Alice Salles disse…
Porque se não fosse isso não seria mais do que o nada.
Gustavo disse…
Alice,

veja um comentário no post abaixo, Barcelona.
aBs,

Gustavo
morenocris disse…
'o erro redefine a cor'... cara, muito louco isso.

muito bom. excelente. vou levar.

beijos.

<">
Anônimo disse…
Ontem voltando para casa me veio à memória o que você me faz lembrar com "são reais apenas no universo da ficção" deste blog, ou de você mesmo. Sabe-se lá.
Exatamente um livro que não li. "A morte de D. J. em Paris" de Roberto Drummond. Não sei do texto, mas tenho imagens guardadas.
Um misto de crueldade, fascínio, torpe (torpidu)...
Vai entender!

Abraços e fôlego
Gustavo disse…
Danitza,

Que bom que você lembra que as coisas são reais apenas no universo da ficção.
Ora, pode-se deduzir o que é real ou super-real, irreal ou surreal.
imagens guardadas...
é disso que se trata!
Abraços oxigenados,

Gustavo

ps: suas visitas são sempre agradáveis.
Anônimo disse…
Influenciada por aquilo que ando lendo...
São imagens guardadas pela realocação do córtex visual para outros sentidos.
"é disso que se trata!"
Sinestesia.

Bom estar por aqui.
Gustavo disse…
Bom que tenha vindo.

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