Dínamo de uma noite estrelada
Taxi Driver
Não sei mais o que dizer. Talvez eu esteja vazio nessas tardes de
primavera. Adentro minha janela como quem entra em um quadro, uma tela de céu
azul e nuvens rosadas. Consigo escrever alguma coisa. Realmente não sei quem lê
essas palavras. Guardado o sentido relativo de realidade. Vivo minha realidade
enquanto o dia se desfaz, enquanto a economia global se desespera, enquanto o
vento uiva pelas frestas da janela. Quando a lua nasce, ainda cedo da noite,
fumo um cigarro pensando nos olhares de Ana Lena. Quero ouvir jazz, quero as
notas líricas do Chet, quero as notas compassadas de Coltrane, quero a
elegância da garça do Miles, quero um pouco de paz, mas a proposta de voltar ao
tempo das tabernas me cansa só de pensar. Vamos lá. Vamos à direção e no
caminho que o vento sopra. Alle LaCriola!
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