Jean Cocteau fotografado por Man Ray em 1922

A natureza vil. A fauna Cocteau. Movimento da ação total. As pessoas nos matos, nas trilhas das procissões, as cruzes enfeitadas, a fé nos cantos e nas orações à luz de velas. Velhos e pouco velhos e nem tão velhos assim caminham, juntos como gnomos entre o bosque. A voz aguda das mulheres ecoa feito um mantra na repetição. Reflete reflete reflete e caminha próximo à morte, inutilmente. Até que a luz das velas espere em frente cada casa a cantilena findar. E assim sejam. As estrelas, as ilhas desertas, as montanhas... Parecia que andavam e rezavam e cantavam pela própria miséria. Nada mais, mas enfim pelo pleno conhecimento da própria miséria. Moravam todos na beira do rio, na beira do boqueirão, cada um em sua humilde casinha. Tocos de madeira serviam como banco, café dulcíssimo e o fogão a lenha. Através da luz da vista transversal, de porta em porta da casa, impedia que se visse os quartos de dormir. Você está aqui, sozinho. Aqui você não tem ninguém.

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