Página
Um poeta diante de uma página sem pauta. Volto a existir, aos poucos, volto para a sociedade e saciedade de consumo manifesto maior que o sacerdócio. Ser dócil não me inclui em nada na esfera rotativa do trabalho turbulência e mais valia. Quando vale um ser humano? Quanto vale ser humano eu sei, tenho uma vida modesta. sem virgulas sem acento sem verbo transitivo indireto que nunca vai direto ao ponto. Suponhamos que seja nada. é isso que vale um ser humano. numa maca de hospital, nada. O poeta veio curar a alma das pessoas, o poeta é o cura o padre o curandeiro. é o couro do tamborim ai de mim! se eu soubesse quais os ventos me levam-me ao caminho certo. sem táticas e nem éticas sem acorrentadas hermenêuticas. sem iças nem eças nem todo mau e toda crença sem promessas. a galhardia dia sem trabalho. Largo meu pranto de lado e vou à luta. Sim, menina do mar, saber que está passando também dói. Imagem para Iákov.
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Comentários
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essa me faz sentir saudades, de uma coisa que eu nem sei o que.
beijos,
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Página Mutante
Ah! Temida página branca!
Como vou te preencher?
Mereces um épico?
Romance?
Prosa citadina?
Ou será que a ti são reservados
Os pensamentos mais fugazes
Como sonhos da tarde de um adolescente
Ou ainda idéias sem conseqüências
Mas que acabam sendo fecundas
Como o ato inconseqüente de amar sem precaução
Fazer crescer uma barriga
Dar à luz sentindo as dores do parto
Ouvir o choro
E se rir de alegria com isso
O milagre da vida
Que pinta, rodopia, transborda por aí
E inunda páginas branquinhas de papel
(Lilian Haber)
poema vigoroso!
abraços,
Gustavo